Orgulho e exemplo de esperancense
Por Evaldo Brasil - Aos 18 de novembro (de 2005), se estivesse entre nós, Francisco Celestino da Silva, Seu Titico, faria 100 anos. Na última das quatro edições da Revista da Esperança, que publicamos em 97, Seu Titico foi homenageado em matéria de capa titulada “Um genial e carismático Professor Pardal”. A alusão ao personagem dos gibis de Walt Disney refletia a nossa infância, quando passávamos diante da garagem (laboratório) da Solon de Lucena, onde, sempre se encontrava Seu Titico, consertando, experimentando, criando alguma coisa; estimulando nossa imaginação.
Titico, como a mãe, dona Ana Maria de Jesus, chamava o menino Francisco, assistia o pai Joaquim consertando instrumentos musicais. Aos cinco tocava seu primeiro instrumento. De tão pequeno, viam-se mãos, harmônio e pés. Mas brincava de pião, de castanha e soltava coruja.
Sanfona, violino, violão e o seu “buzinofone” eram tocados por Titico, seja nas serestas do “Lira de Ouro”, em missas, casamentos e no Cine São Francisco. Como aprendeu tudo isso? Foi autodidata, tendo recebido o estímulo de Padre Zé Borges para aprender as letras. Ao ensinar algo era comparado a um professor, pela riqueza de detalhes. Que seria seu Lampadinha, senão a convivência e a curiosidade?!
Como os gênios do Renascimento, Titico Celestino fez de tudo um pouco. Aos 13 anos construiu um carro de madeira. Era carpinteiro, marceneiro, pintor e eletricista. Consertou armas, foi ourives, relojoeiro, Depois de um acidente em passeio ao então distrito de Areal, transforma um Chevrolet 28 em caminhonete. Consertou o primeiro rádio que chegou a cidade e muitos outros depois. Não dava para esperar um técnico, a época.
Católico, na década de 50 integrava a Escola Cantório Sagrado Coração, com Hilda Batista. Dirigiu o coro da matriz de Nossa Senhora do Bom Conselho e compôs de sambas a valsas. Orador, ele foi um dos fundadores do antigo “Esperança Club” e do Centro Social Lítero-Recreativo, que se tornaria Centro Artístico-Operário e Beneficente de Esperança (CAOBE), chegando a ser vice-prefeito de Joaquim Virgolino (55 a 59).
Vaidoso, sempre gostou de perfumes fortes e brilhantina Superfix. O chapéu de palha dura, a bengala e o par de óculos, à moda da elite econômica e cultural com quem convivia, era seu traje típico, incluindo terno completo.
Casado com Juliana Taveira desde 29, conhecida como “mãe da pobreza”, eles receberam em sua residência todas as camadas sociais, destacando-se os padres amigos Palmeira e Borges, mas também os foliões da cidade, que chegaram a tomar mais de 100 litros de licor no Carnaval 73.
Em 1974 alunos do professor Nino Pereira fazem a primeira biografia de Seu Titico. 11 anos depois, nas comemorações dos 60 anos da Cidade, um tabloide comemorativo traz homenagem titulada “Titico: Um sorridente e feliz cidadão esperancense”. Em 94, depois de nos deixar naquele janeiro último, a família recebe a biografia feita pelos estudantes e, o jornal O Norte publica “Coisas da minha terra: música, alegria e luz”, dando a Paraíba o conhecimento sobre Seu Titico, através das palavras de Mª Violeta Pessoa. Aos 70 anos de Esperança, 1995, o mensário Novo Tempo registra homenagem a Seu Titico com uma caricatura legendada.
Relendo a publicação da Revista da Esperança para sintetizar aqui parte da vida deste esperancense centenário, não poderia deixar de terminar com a lembrança do cinema como cine-teatro, palco de shows de artistas nacionais e das apresentações dos grupos de teatro escolar e amadores que tivemos, bem como de citar Seu Titico como um exemplo a ser utilizado por professores e pais para os filhos e estudantes.
Como se não bastasse tudo que já foi dito, os 60 anos do presépio que manteve na sala da casa, há 15 sem ser desmontado, é uma herança para toda a nossa comunidade que, hoje, vive os 80 anos de emancipação política.
Contar um pouco da vida de Titico Celestino é contar muito da história de Esperança. Ler algo mais talvez seja interessante. Porisso sugiro o Livro do Município (Livro 6, Mobral, set 1985), Esperança e Sua Gente (Inácio Gonçalves, 1994), 50 Anos de Futebol Etc. (Francisco Cláudio, 1994) e a Revista da Esperança (4ª Edição, out-dez 1997).
Original de 2005, pela passagem dos 80 anos de Esperança.
LEIA TAMBÉM: C49-184 | A-2 Titico Celestino: O genial e carismático Professor Pardal.
2011..........................................
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31DEZ Patrimônio cultural da cidade, símbolo de tradição, que teve em Seu Titico um grande motivador.
FOTO&TRATO: Evaldo Brasil.
2023..........................................
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07AGO O esperancense se torna "patrono cultural de Esperança" do edital 001, da Lei Paulo Gustavo, no município de Esperança.
FONTE: PME, via Site Oficial. TRATO: Evaldo Brasil.
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SAIBA MAIS:
PREFEITURA MUNICIPAL DE ESPERANÇA/PB