2015........................................
Sarau do FIC 2015.3/SEEE 20 Anos
Desde menino sou medroso
mufino e desconfiado
com aquilo que não conheço
já fico encabulado
me falta ação e fala
diante do inesperado
Por pouca coisa já choro
já me escondo dou sumiço
boto logo pra tremer
diante de um rebuliço
se sinto um arrepio
digo logo:-que diabo é isso?
Não gosto de cemitério
em velório num sou chegado
faço logo o sinal da cruz
quando me vejo aperreado
se vejo um lugar antigo
penso logo que é assombrado
Das coisa de outro mundo
não quero que me conte nada
malassombro, besta-fera
Deus me livre, quero nada
pomba-gira, exu-caveira
fulozinha, alma-penada
Meu medo só aumenta
quando chega noite escura
me tranco dentro de casa
me da logo uma amargura
tomo chá, me tremo todo
e o povo diz que é frescura
Mas não é frescura não
esse medo começou bem cedo
quando eu era criança
já vivia morrendo de medo
não ficava em lugar sozinho
gelava logo a ponta dos dedo
Mas isso em mim tem uma origem
uma lógica explicação
começou quando eu dormia
com minha tia do coração
ela antes de dormir
rezava uma oração:
- Deus proteja nossa casa
e a dos vizinho também
Deus proteja nossa família
e a dos outro também
e proteja a mim e meu sobrinho
e livrai-nos do malamem
Aquilo me dava um medo
e um calafrio também
eu cobria a cabeça
pru mode num vê ninguém
e ficava imaginando
que mulesta é malamem?
Deve ser assombração
coisa boa num pode ser
pra tia rezar toda noite
pra ela num aparecer
pra Deus livrar a gente
desse mal acontecer
E assim passei a infância
imaginando o que seria
um bicho, uma alma penada
e se ela aparecia
eu num tinha sossego
enquanto o dia num amanhecia
Até hoje não durmo sem reza
o tanto que me convém
livrai-me de todo mal
dos que vem e os que não vem
mas até hoje num sei
o que mulesta é malamem.
(Angelo Rock) 24/05/2012
No *Sarau 2015.3 do Fórum Independente de Cultura em parceria com a Sociedade de Estudos Espíritas Esperancense/SEEE que comemorava 20 anos.
Conheça seu blog: http://conversando123.blogspot.com.br/2012/05/malamen.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nossa história agradece as suas colaborações. Continue participando deste trabalho colaborativo.